Helena de Troia

  - Memórias da mulher mais desejada do mundo - 
                                                            Francesca Petrizzo


Sinopse: 

 "Um navio retorna de uma intensa batalha pelas costas gregas. Uma mulher observa o contorno do Peloponeso na penumbra do crepúsculo. É a jovem Helena, oferecida pelo pai ao conquistador Menelau para garantir a paz e sobrevivência de seu povo. 

Uma fatídica decisão que seria carregada de tristeza e tragédia, porque Helena começa a buscar nos braços de outros aquilo que lhe fora negado. 
Numa narrativa lírica e original, esta obra traz a versão de Helena da história lendária que é conhecida em todo o mundo. A disputa que originou a guerra de Troia. 
De sua infância em Esparta aos anos turbulentos de sua união com Menelau e a fuga com Páris e todas as suas consequências. A vida de uma mulher que estava destinada ao poder, mas era movida a paixão e seu amor provocou uma das guerras mais famosas de todos os tempos."


                                                                             *****
Há várias histórias e finais para esta lendária personagem. Mas a autora nos mostra uma Helena menina e mulher, repleta de conflitos e fantasmas, iludida e desiludida, fraca e forte, bela e feia, comum e extraordinária.

"[...] Helena de Troia. Não mais de Esparta; não mais da Grécia. De Troia."



Helena a princesa desprezada por seus pais e seus irmãos. Esquecida e ao mesmo tempo uma jóia a ser vendida para salvar seu reino. 

Raptada por Teseu, medos agora assombram a pequena Helena. Sua paixão platônica por seu sentinela, que por toda sua vida será seu fantasma sem nome.

Helena, quando moça, sabia o poder que tinha; a meu ver, de nada tinha de inocente. Em busca de um amor verdadeiro só desfrutou de paixões.



Diomedes "envelheceríamos juntos, num palácio não muito diferente daquele; morreríamos juntos". Será sua paixão ou seu amor? Pobre Helena!

Aquiles "tinha a pele dourada cor de mel, os cabelos pouca coisa mais escuros, olhos cambiantes do verde ao azul." Helena não poupava esforços, logo estava nos braços deste belo homem, que na decorrente história, podemos dizer, foi seu céu e seu inferno, sua vida e sua morte.

Helena relata sua vida, seus amores por uma ótica tão poética, quase acreditei que ela era vitima das armadilhas do destino.

Tão preocupada em ser amada consegue ver que "Menelau era um homem bom... A pena foi o primeiro sentimento que meu marido me inspirou... Ombros caídos, pernas curtas... Menelau é um parvo."

Vejo neste livro duas vítimas de ganância, soberba e ambição: Helena e Menelau.

"Helena feita de pedra e fogo." Hermione nasce, mas também é desprezada e esquecida, pequena criança que em breve seria abandonada, por Helena, a louca, a bela.

"Páris, filho de Príamo... com ombros musculosos, mão bonitas..." - nem será necessário comentar, lá estava Helena apaixonada, e de tanto amor abandonou sua filha, seu lar e foi buscar sua felicidade em outros mares. Será?
Conhecer Troia, mudar o rumo da história, talvez ali Helena encontraria o verdadeiro amor, nos braços do seu amado. Mas Páris de nada tem de diferente de outros homens que vê Helena apenas como diversão, conhece o desprezo e tudo que já sabia tanto em Esparta como em Troia. 
Retirado do Google

Cassandra, a sacerdotisa, proferia: "O fogo. Morrerão no desastre do fogo dela. Todos vocês!..." Agamêmnon, na sua ganância, usa de desculpa a fuga da esposa de seu irmão e invade, sem dó, a bela Troia. Dez anos de luta, mortes e tramas, até que na inocência Troia é vencida!

Neste período, nossa bela Helena diz que agora conhece o verdadeiro amor. Já digo que não me convenceu, desculpem os mais românticos, mas Helena chega num ponto que de inocente não tem nada. 

Pois é no meio disto tudo, que Heitor se casa com uma hitita, que lhe dá um filho, o futuro herdeiro de Troia. Heitor apesar de ser o mais puro dos personagens mantém uma bela amante.

A morte passeia por Troia e não se incomoda de levar os soldados e os nobres. E o coração de Helena sofre, perde seu amor, seus sonhos e também sua sorte. 

"Era tão belo seu corpo, mesmo morto.Tudo era belo nele, meu último, perdido amor..." Heitor se foi e os sonhos de muitos também. 

"...a pira de Aquiles, ouvido os lamentos, assistido aos jogos fúnebres dos gregos..." a morte também chegou ao belo Aquiles, pelas mãos mais belas que ele conheceu.

Menelau tem seu prêmio de volta e seu irmão a vitória, Troia incendiada. Helena com seus fantasmas busca as águas mais profundas.

"Alcancei o mar com Diomedes... e seu rosto belíssimo e feroz, cheio de uma tristeza antiga. Meu triste, meu doce Diomedes. Nossas mãos de entrelaçaram; as ondas vieram quebrar-se aos nossos pés."

A autora busca uma docilidade para Helena, mas não consegui ver isto nesta personagem. Nem fragilidade, inocência ou pureza, só consegui ver uma mulher que usava sua beleza, para ter posse de tudo e de todos.

Recomendo a leitura de - Ilíada de Homero -
 

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