Princesa Sultana #3/200 ...

Olá Caros Viajantes!

Nossa viagem foi pela Arábia Saudita e conhecemos Sultana, nome fictício desta princesa saudita, da  família real dos Al Saud. Esta trilogia foi escrita pela autora Jean Sasson, com a permissão da Princesa Sultana, através de seus diários.

 Sultana nos relata que, mesmo vivendo na riqueza, a mulher árabe não tem valor algum. A mulher não é julgada por sua casta ou por sua classe social, ela é condenada simplesmente por ser mulher.

O primeiro livro nos apresenta Sultana ainda criança e sua família e, de início, já vai nos dando a entender porque esta princesa tenta dar seu grito de socorro para o mundo. As mulheres árabes são privadas de liberdade total. Oprimidas desde a tenra idade e só piora quando se tornam mocinhas, obrigadas a usar o véu e se casarem, ainda meninas, com homens velhos escolhidos por seus pais. A situação ainda é pior para as mulheres pobres.

Ali, irmão de Sultana, é o estereótipo do homem árabe, com os privilégios que tem diante do pai e da sociedade. Simplesmente revoltante o que esse Ali faz desde a infância e, pior ainda, quando adulto. Comete as mais duras atrocidades com crianças, moças, com suas próprias mulheres e filhas.

Sultana vai nos apresentando seu pai, um homem de coração duro, e sua delicada mãe, que sofre calada vendo como é difícil ser mulher neste país, mas ela aceita com resignação e faz com que suas filhas aceitem sua condição. Porém Sultana luta contra tudo isso e muitas vezes sofre as consequências de seus atos. Sua irmã preferida é a doce Sara, do qual o pai a obriga casar com um velho que comete as mais loucas atrocidades sexuais. Sara não suportando tudo isso, tenta o suicídio, e foi a única vez que a mãe de Sultana toma uma posição para salvar a filha.

Já no segundo livro, Sultana nos conta de seu casamento, a vida diferenciada de seu filho e

de suas duas filhas. Nos relata casos de moças da família, amigas ou até mesmo desconhecidas que vão passando pela sua vida. Um caso mais triste que o outro, onde mulheres são subjugadas, condenadas sem direito a qualquer defesa, simplesmente porque um homem assim o quer. Apesar do estupro ser condenável neste país, os homens os fazem e ainda dizem que a mulher é a culpada. Crianças de seis anos são vendidas pelas mães para serem abusadas por homens ricos, que contratam monstros para buscarem essas crianças em outros países.

No terceiro livro, já com seus 50 anos, quase não tem forças para lutar, quando um fio de esperança nasce, a escuridão da maldade toma forças. Pra ajudar há os fiscais religiosos, 'Mutawas', são radicais que fazem de tudo para ver o circo pegar fogo. E tudo que acontece é em nome de Deus e nesta visão a mulher é vista como nada.

Há tanta violência contra a mulher, seus direitos são anulados, sua voz dominada por homens machistas, estupros, castigos horrendos, intolerância, prisão domiciliar, terrorismo psicológico, mutilações, mortes e, o pior de tudo, é que muitas mães e mulheres concordam com isso.

Em alguns momentos, Sultana nos dá esperança quando cita alguns homens que vê a mulher como igual, pais que permitem que suas filhas estudem fora do país, que escolham com quem irá se casar, que tenha carinho e respeito por elas. Sultana não desiste de lutar e consegue alguns aliados.

Foi uma trilogia de leitura envolvente, mas de momentos de muita revolta e indignação! Como, em pleno século XXI, ainda temos esse tipo de pensamento? O pior: de pessoas cultas e afortunadas! 

O coração dói de relembrar cada relato da princesa Sultana, das vítimas e de tamanha falta de humanismo.

Recomendo!

Esta trilogia faz parte do Projeto  O Mundo em Livros.

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Boas Leituras e até breve!

 


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