Capitães da Areia
Olá Caros Viajantes!
Viajamos pela Bahia, junto com Jorge Amado e conhecemos os "Capitães da Areia". Publicado em 1937, cheio de polêmicas, mas ressurgiu das cinzas em 1944 e deixou sua marca.
O autor nos apresenta uma realidade crua e ao mesmo tempo poética, até hoje conhecida por nós. Parece que nada ainda se fez para mudar a realidade de tantas crianças e jovens que vivem à margem da sociedade.
Os meninos de Capitães da Areia vão nos envolvendo em seus sonhos ou a falta deles, na realidade do seu dia a dia, nos planos para ter o que comer, no saber dividir suas dores, nas maldades que todo ser humano tem guardado, basta atiçar. A vontade de mudar, a busca incessante por amor e serem vistos como gente.
Cada personagem tem sua história e seu valor, com uma crítica social forte. Há personagens como o padre José Pedro e Don'Aninha, a mãe de santo, que se compadece com a situação daquelas crianças e tenta cada qual da sua maneira ajudar aqueles meninos, mas nos mostra claramente que 'Uma andorinha, não faz verão'. E há outros que colaboraram mais e mais para que estes meninos se tornassem marginais.
No meio das dores de quem vive nas ruas, o autor mostra a solidariedade, ajuda mútua a vontade de amar e ser amado e a esperança muito pulsante em alguns personagens.
Apesar de serem ainda jovens, algumas atitudes e falas são de homens feitos, mostrando como a realidade da rua lhes tira o que há de mais precioso: a infância.
"..., o Professor, desde o dia em que furtara um livro de histórias... se tornara perito nestes furtos... era o único que lia corretamente entre eles... Mas o treino diário da leitura despertara completamente sua imaginação, e talvez fosse ele o único que tivesse uma certa consciência do heroico das suas vidas. Aquele saber, aquela vocação para contar histórias, fizera-o respeitado entre os Capitães da Areia."
“Por isso na beleza do dia Pirulito mira o céu com os olhos crescidos de medo e pede perdão a Deus tão bom (mas não tão justo também…) pelos seus pecados e os dos Capitães da Areia. Mesmo porque eles não tinham culpa. A culpa era da vida…”
Boas Leituras!
Boas Leituras!
Quanto tempo já se passou desde quando esse livro foi escrito e as crianças e jovens continuam remando em areias pesadas que não levam a lugar algum, manipulados, sem horizontes, sem afeto...
ResponderExcluirNão li o livro, que coincidência seu post em relação ao que aconteceu aqui na grande São Paulo, hoje. Triste que a culpa ainda seja da vida e não da sociedade.
Abraço, Nice!
Verdade Dalva! É mais fácil culpar a vida do que percebermos que todos nós temos uma parcela de culpa pelo caos que se instala. Hoje é um dia muito triste, afinal de contas é a juventude sendo destruída. O que será do futuro? Obrigada pelo carinho, bjs Nice
ExcluirEm que página se encontra o excerto?
ResponderExcluirOlá! está na última capa do livro da foto!
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