Menino de Engenho #3/27

Olá Caros Viajantes!

Mais uma viagem pelo Projeto 14 Bis, desta vez foi para a Paraíba com José Lins do Rego.


Este foi o primeiro livro do autor, publicado em 1932. Obra aclamada pela crítica que recebeu o Prêmio da Fundação Graça Aranha.

O ponto central da história é Carlinhos que narra sua vida de traumas, aprendizado e malandragem. Ele tinha 4 anos quando seu pai matou  dona Clarice, sua mãe meiga e amorosa. Seu pai era apaixonado pela esposa,  atencioso com o filho, após a tragédia foi internado num hospício.

Aí a vida de Carlinhos muda radicalmente: seu tio Juca o leva para o engenho, para mais perto da família materna. Sua tia Maria o recebe com alegria e passa a cuidar dele com grande esmero.

José Paulino, seu avô e dono do engenho Santa Rosa, logo tem carinho pelo menino. Homem severo, porém justo, Carlinhos tem grande admiração por ele.

Depois da morte de sua mãe, o menino se torna triste e melancólico, mas com a novidade do engenho e com a aproximação de seus familiares, tudo vai dando um novo colorido a vida desse molecote. Ele vai conhecer a rotina do engenho com seus costumes bem diferentes da cidade e suas tradições, o que faz com que ele se sinta encantado pelo lugar e pelas pessoas. Junto com a família e vizinhos, passa pelas enchentes e secas do lugar, situações bem difíceis.

Seu primeiro amor é a prima Maria Clara, de quem ganha seu primeiro beijo, mas este romance logo termina com a volta dela para cidade. Ele fica desolado e se sente muito solitário. 

Como tem asma, sua zelosa tia Maria o proíbe de tomar banho no rio, ficar até tarde com as crianças, ou até mesmo tomar chuva. Ele se sente preso e inquieto. Tem muito medo de morrer por causa da doença. Além disso, descobre o que aconteceu com seu pai e começa a temer ficar louco como ele.

Aos 12 anos, Carlinhos começa a 'virar homem'. Tem seu primeiro relacionamento com a negra Zefá Cajá, que passa para ele uma doença sexual. Nesta fase, é zombado por todos e percebe que nasceu para a maldade; tem fama de libertino, um perdido sem religião. Porém sempre se sentia solitário.

Seu avô resolve mandá-lo para um internato, para que ele tome jeito. Saudoso, parte para uma nova etapa, mas não esquece os momentos maravilhosos da sua infância no engenho.

Uma das personagens que mais chamou minha atenção, era Totonha, uma senhora que carregava na bagagem várias histórias, que as crianças adoravam.

"...e toda engelhada, tão leve que uma ventania poderia carregá-la, andava léguas e léguas a pé, de engenho a engenho, como uma edição viva da Mil e Uma Noites. Que talento ela possuía para contar as suas histórias com um jeito admirável de falar em nome de todos os personagens! Sem nem um dente na boca, e com uma voz que dava todos os tons às palavras."

"A velha Totonha era uma grande artista para dramatizar. Ela subia e descia ao sublime sem forçar as situações, como a coisa mais natural deste mundo. Tinha uma memória prodígio. Recitava contos inteiros em versos, intercalando de vez em quando pedaços de prosa, como notas explicativas."

Esta obra tem muito mais do que escrevi. Leia, releia, depois nos conte!

Boas Leituras!

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