As Mulheres do Deserto
Olá, caros viajantes!
Nossa viagem foi com a romancista americana Alice Hollman, que nos convida a viajar no tempo. Era o ano 70 d.C., quatro mulheres Yael, Revka, Aziza e Shirah, chegam a Massada por caminhos diferentes e tortuosos.
A autora não se perde em relatos verídicos, em acontecimentos dramáticos da história, nos conduz para uma guerra e o suicídio de 900 judeus, de uma forma delicada, com o olhar para o feminino. Dentro dos limites da realidade e personagens ficcionais, toda a história nos deixa perplexos.
"Viemos como pombos através do deserto. Em um
tempo em que não existia nada além da morte,
éramos gratos por qualquer coisa, e muito gratos
por tudo quando acordávamos para mais um dia. "
A obra nos mostra qual era a situação da mulher naquela época, como que elas olham para tudo o que acontece. Uma mistura de amor, ódio, sofrimento, abandono, amizade, paixão, incúria familiar, mentiras e traições.
"Uma mulher que sangrasse era impura, o que era chamado niddah, e devia se afastar dos outros por sete dias. Até mesmo uma única gota de sangue que caísse obrigava a mulher a se retirar do mundo dos homens, até que se limpasse em uma mikvah, a água que era pura, correndo diretamente de Deus."
Em situações extrema, muitas vezes o que menos importa são os rituais e os mandamentos. O desespero, a fraqueza humana leva muitos fiéis a quebrar os preceitos dos quais deveriam levar para toda a vida.
"...estava escrito no Quarto Livro de Moisés, e portanto era a lei. Mas desrespeitávamos todas as leis que nos coube desrespeitar no deserto... Uma lei desobedecida levou a outra."
Quantos mistérios o deserto guardava, no sol escaldante, tudo era solidão, sonho, pesadelo e loucura.
Porém, havia um lugar, um abrigo... guerreiros, pessoas comuns que venceram o deserto e que tinham muitas histórias para contar e segredos também.
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Massada- "lugar seguro" ou "fortaleza", |
E mesmo num lugar 'seguro', o inimigo está a espreita, qual escolha será a melhor: viver ou morrer?
"Nosso povo saiu para ver a lua nova por ocasião do Rosh Chodesh. Elevamos a Deus as nossas orações, mas não nos rejubilamos. Não houve dança. O muro romano fora concluído, cercando-nos como uma víbora."
"O caos estava por toda a parte ..."
"...Era a noite que antecedia a da fuga dos nossos antepassados do Egito, a noite que começou a nossa morte... Os dez executores dedicavam-se ao trabalho doloroso, indo de casa em casa, como o Todo-poderoso fizera na noite da Páscoa,..."
Um povo que sempre almejou a liberdade, perseguido e devorado, que chegaram a Massada, a fortaleza judaica. Nem o tempo apagou o que a legião romana presenciou.
Um romance histórico, descrito por olhares femininos de profunda delicadeza, mesmo em tempos sombrios.
"De acordo com o historiador Josefo, apenas duas mulheres e cinco crianças sobreviveram ao episódio."
Boas Leituras!
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