sexta-feira, 12 de junho de 2015
terça-feira, 2 de junho de 2015
Juvenília
Juvenília - Jane Austen e Charlotte Bronte
À primeira
vista, Jane Austen e Charlotte Bronte parecem radicalmente opostas. Enquanto
Austen representa a elegância e a proporção neoclássica, parodiando excessos
literários e criticando as fraquezas humanas, Bronte imprime em sua escrita
toda a paixão e a extravagância do espírito romântico.
Numa época em que a literatura popular era
considerada perigosa para a mente sugestionável das jovens, a erudição
precoce, a originalidade e a liberdade de espírito aproximaram as duas
autoras. E a consequência disso é uma produção bastante fértil na juventude
de ambas, reunida neste volume.
Para Jane Austen e Charlotte Bronte, a juvenília
representou uma possibilidade de experimentação e desenvolvimento da
complexidade de seus personagens. Através da leitura desses textos, podemos
acompanhar a evolução de duas grandes escritoras da língua inglesa, que
levaria a suas obras-primas: Orgulho e Preconceito e Jane Eyre.
***
A
pergunta que não quer calar. O que é Juvenília? Pois bem caros amigos também
me fiz esta pergunta. E fui pesquisar no dicionário: substantivo feminino -
As obras da mocidade de um autor. Logo, este livro tem preciosidades da
juventude destas grandes escritoras inglesas.
Tenho
mais intimidade com as obras de Jane Austen, mas, posso garantir que Charlotte
Bronte é tão boa quanto, sabe quando é igual, porém diferente. Elas são
assim.
“...
Jane Austen é a personificação da elegância e da proporção neoclássica;
Charlotte Bronte, por outro lado, representa toda a paixão e a extravagância
do espírito romântico: nas características mais óbvias, essas duas autoras
parecem ser radicalmente opostas”.
“... a
similaridade mais forte entre as duas tenha sido a produção e a preservação
de fartos escritos de juventude”.
“A obra
de juventude de ambas, vista como um todo, pode ser encarada como algo que
revela um processo de seleção: alguns experimentos são testados e
desenvolvidos e ressurgirão em romances escritos mais tarde”.
A
Juvenília de Austen foi composta aproximadamente entre 1787-1793, quando a
autora tinha entre 12 a 18 anos. Ela própria selecionou e dividiu sua obra em
três volumes. São histórias inacabadas e curtas, dedicadas sempre aos
familiares e alguns amigos. Menos crítica talvez por ainda ser jovem, com
ambientes familiares aos seus romances publicados, bailes, chás, situações do
cotidiano, etc.
“...
creio que meus modos e minha maneira de falar são muito refinados; há certa
elegância, uma peculiar doçura neles que jamais vi em outros e que não posso
descrever...”. Pg. 67
“Minhas
queridas meninas, agora chegou o momento em que vou colher as recompensas de
todas as preocupações que tive e esforços que fiz durante sua educação”. Pg
151
“Sua
imaginação era fértil e, nas amizades, assim como em toda sua personalidade,
ela demonstrava entusiasmo”. Pg.161
“Ali,
envolto por nuvens, estava um enorme e terrível gigante. Na mão direita, ele
tinha um clarim; na esquerda, dois dardos com pontas de fogo. Sobre uma nuvem
carregada que deslizava diante dele estava seu escudo. Em sua testa escrito:
“Gênio da Tormenta”.”
Pg
220
“Bem,
megera, creio que pensou que eu havia esquecido a maneira insolente como se
comportou comigo... Ajoelhe-se aos meus pés nesse instante e peça perdão com
humildade e submissão por todas as ofensas passadas, ou...”
“O
coração do rei bateu e pulsou até que seu movimento pudesse ser visto no
arfar de um peito esplêndido... com a corrente de seu sangue subindo até as
faces e com a testa enevoada por pensamentos solenes, terríveis e
desesperados.” Pg
336
Este
não é um livro de leitura rápida, porém é uma leitura mais para estudo e
muito agradável.
Observação:
Antes de ler este livro, recomendo que se leia algumas obras destas autoras.
By Nice
Sestari
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O pobre de Deus
O pobre de Deus - Nikos Kazantzakis
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Olá pessoal, caso esteja procurando uma literatura forte, comovente, rica de detalhes, reflexiva e contagiante, chegou a hora de ler este livro, ‘O pobre de Deus’ - (1953) de Nikos Kazantzakis (ateu).
Um detalhe que me chamou atenção! Somos convidados pelo irmão Leão, para conhecermos a história de São Francisco de Assis. Conforme a narrativa acontece nos identificamos com esse mendigo, caminhamos talvez para um abismo de dúvidas, mistério e ao mesmo tempo de profunda compaixão e alegria.
Uma narrativa rica de detalhes, reflexiva que nos faz rever nosso olhar diante do mundo, não é um livro religioso, mas deve ser compartilhado e vivido.
É um livro que nos fala de um homem, que sofre, chora, em busca de Deus, que deseja encontrar seu caminho. Repleto de palavras doces, experiências vividas por homens e mulheres de carne e osso, com suas dores, dúvidas e desejos.
O companheiro inseparável de São Francisco, irmão Leão, posso até dizer que muitas vezes achei que eu era (um leãozinho)... Ele nos pega pela mão, nos leva a passear, cantar, dançar, rir, chorar, aprender, porém com um detalhe, o caminho é sem volta. Sim! Uma experiência singular.
Meus caros amigos, uma aventura interior, como se este personagem estivesse em você e você nele.
Neste momento questionaríamos, mas o livro não é sobre São Francisco? Sim, isso mesmo! Francisco tomado por Deus, muitas vezes nem percebe todo o sofrimento do irmão Leão, o aluno encantado pelo Mestre, sofre tudo por este amor. Francisco o mestre, Leão o aluno, Deus a lição a aprender e o leitor inebriado, pelo amor, amizade, sofrimento e lealdade.
Ah! Irmão Leão...
Meu Amado Francisco...
Clara minha doce Clara!
“_ Irmão Leão – falou com voz resoluta _ , não tínhamos dito que formávamos os dois exércitos e que partíamos para libertar o Santo Sepulcro? Não sorrias. Tem fé! Para começar, faremos as coisas mais insignificantes, e aos poucos passaremos às importantes. E quando estas estiverem feitas, empreenderemos as impossíveis. Compreendes o que digo?...” pg. 51
“Amor, Amor, filho querido de Deus, ergo as mãos para ti e suplico-te que me atendas: dilata os nossos corações de modo que possas amar todos os seres humanos, bons e maus; todos os animais, domésticos e selvagens; todas as árvores, fecundas e estéreis; todas as pedras, dos rios dos mares. Pois somos todos irmãos e seguimos o mesmo caminho, a estrada de regresso à casa de nosso Pai”.Pg. 169
“_ Meus irmãos _ recomeçou _, a vida na terra é um sonho ilusório. A vida verdadeira, a eterna, espera-nos lá em cima no céu. Não fiquem de olhos abaixados para a terra, meus filhos! Pelo contrário, levantem-nos bem alto, abram a gaiola onde as almas lutam e sangram, e voem!” pg. 238
“E és tu, Pai Francisco, que, para me ver, tomaste a aparência de um pardal...” pg 333
Recomendo! Paz e Bem!
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