Os Románov # 4

Olá Viajantes!

A saga dos Románov continua! Hoje iremos conversar sobre as páginas 431 à 572, do livro Os Románov, de Simon Sebag Montefiore.

Com a morte de Alexandre I, a grande maioria já dizia que Constantino I, irmão mais velho de Nicolau I, seria o novo czar. Mas a surpresa veio logo em seguida.


"Em Varsóvia, em 25 de novembro de 1825, a comitiva de Constantino não sabia que ele tinha renunciado ao trono. Naturalmente, todos queriam prestar juramento, mas Constantino fez esforços frenéticos para impedir que eles fizessem. Quando Novossíltsev, representante de Alexandre na Polônia, se ajoelhou diante dele e chamou-o de "sua majestade imperial", Constantino revelou que havia renunciado ao trono."

Assim Nicolau I se torna o novo czar! Ele inicia seu reinado em plena revolta Dezembrista. Era um autocrata, e foi bem direto para reprimir os movimentos revolucionários e as sociedades secretas.

"Antes de Nicolau poder de fato começar seu reinado, ele teve de punir os rebeldes, enterrar seu irmão e coroar a si mesmo."

Diferentes de outros czares Nicolau tentou melhorar as condições de seus súditos, até a ideia de abolir a escravatura, mas ficou com o pé atrás pois temia a revolta dos senhorios.
"A servidão é um mal evidente para todos"

Ele foi o primeiro czar a usar o telégrafo, investiu em melhorias técnicas, contribuiu com as tropas russas para paralisar os movimentos revolucionários, criou a Chancelaria de Sua Majestade, entre outras coisas.

"Nicolau costuma ser retratado como o exemplo de tirano arrogante e excessivamente orgulhoso, mas ele era uma mistura rara: tinha a perspicácia e a força de vontade de governar e para controlar cada detalhe da política - e um forte senso de dever. Era um autocrata natural, talvez o modelo perfeito, mas sabia que a autocracia era um modelo falho... Ele entendia que 'a vida toda é trabalho', via seu governo como um quartel-general e seus ministros como oficiais de quem simplesmente se exigia que obedecessem a ordens, e não que as analisassem."

Casado com Alexandra Fiódorovna conhecida por 'Mouffy',  eles se amavam e tinham um bom relacionamento: "Mouffy era o centro da vida dele."A natureza suave dela e sua mente rasa substituíam princípios pela sensatez. Nicolau tinha uma adoração apaixonada por essa criatura rara e frágil.' ... Ela o adorava e o via apenas na sua beleza e felicidade."

Nicolau só veio a ter amante depois que Mouffy ficou doente, devido uma de suas inúmeras gestações. Dizem que por recomendação médica!

Amava seus filhos, e em especial seu filho mais velho Alexandre. " Nicolau acreditava que podia moldar o garoto: 'O que você teria feito com os rebeldes dezembristas?' " Eu os teria perdoado", respondeu o pequeno Alexandre com espírito cristão. "É assim que você governa", respondeu Nicolau. "Lembre-se disso: morra nos degraus do trono, mas não abra mão do poder!"

As guerras também fizeram parte de seu governo, teve sucesso contra seus rivais do Sul, a Pérsia e o Império Otomano. E levou a Rússia para a guerra da Crimeia.

"O poder de Nicolau tinha atingido seu ápice, mas sua hegemonia era frágil.... A fadiga e a rigidez do imperador tinham se tornado problemas potencialmente catastróficos. Nicolau não percebeu que o mundo havia mudado. Seu isolamento olímpico o cegou para aquilo de que o país precisava para competir com o Ocidente."

O imperador contraiu uma gripe, que piorava a cada dia. Já em seu leito de morte manda que: "...os guardas que tinham vindo ao palácio prestassem juramento a Alexandre" e pediu a família que se mantivessem unidos.

Pensou em seu Exército e sentiu um certo remorso por ter fracassado, ele disse ao filho Alexandre: "Sempre tentei fazer o que pude por eles... e quando fracassei, não foi por falta de vontade, e sim por falta de conhecimento e inteligência. Peço que me perdoem... Amei demais a guerra".

Ainda cuidando de alguns detalhes Nicolau I foi se apagando e ao olhar para sua família  disse: "Amei vocês mais do que tudo".

Chega a vez de Alexandre reinar: "Nenhum Romanov desde o primeiro, Miguel, tinha herdado uma situação tão desesperadora quanto Alexandre II - mas nenhum autocrata estava mais bem preparado... ele declarou: 'Eu quero paz', mas acrescentou, 'vou combater e morrer antes de ceder'."

Este imperador foi conhecido por suas reformas liberais, ele conseguiu fazer o que seu pai desejava porém não teve coragem: decretou o fim  da servidão.

" Alexandre ... começou a agir em 30 de março de 1856, quando surpreendeu a nobreza de Moscou declarando que a servidão era um mal, que sua abolição era inevitável - e que seria melhor se a libertação '"viesse de cima e não de baixo". Ele criou o Comitê Secreto de Reforma Camponesa..."

Mesmo sendo admirado por muitos, a falsidade, intrigas, mentiras e golpes rolavam solto pela nobreza.

Não foi diferente de outros czares em relação afetiva, casado com Marie de Hesse, se encantou pela jovem Kátia Dolgorúkaia e prometeu que se ficasse viúvo se casaria com ela e assim o fez. Neste romance havia muitas trocas de cartas amorosas e picantes.

O czar sofreu várias tentativas de morte, mas sempre escapava com sorte. Porém, por teimosia sua, um ato terrorista foi fatal para o imperador. Foi morto por jovens anarquistas em um atentado a bomba.

Seu filho Alexandre III assume o trono, o que foi uma tragédia para os russos; ocorreu o fim da reforma e o retorno à autocracia absoluta.

Alexandre III foi pai do mais conhecido czar, Nicolau II, em breve saberemos mais sobre ele!



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