Fique onde está e então corra #8/200
Olá, caros viajantes!
E garanto à vocês que foi uma aventura incrível, junto com Alfie Summerfield. Nem imaginava como uma criança tinha tanto para ensinar!
Um livro extremamente sensível, o autor nos leva com muita doçura a conhecer o pequeno Alfie. Com seu coração puro, ainda não tinha noção o que era a guerra e suas consequências.
Alfie não só perde seu pai para a guerra, mas também ganha uma mãe ausente, amigos que partem, uma vizinhança triste e desamparada.
John Boyne, não mostra a guerra em si, mas o que acontece pós guerra. Uma guerra particular, solitária, ausente de inimigos, porém cada soldado que consegue voltar, traz consigo as marcas no corpo e, a pior delas, na alma.
O pequeno Alfie vai nos conduzindo a conhecer seus maiores desejos e medos, suas lutas para achar seu pai no meio do caos.
"Ele tinha feito pela melhor razão do mundo. Por amor." pg 219
Uma pequena alma pura, sonhadora e repleta de esperança. Ele aprende a ver, em tão tenra idade, as consequência e atrocidades que o homem é capaz de fazer com seu semelhante.
"Aqueles homens eram todos perturbados, vivendo parte no presente, parte no passado e parte em alguma terra sem lei, onde marchavam tentando desviar dos tiros, mas fracassavam, agonizavam, desfaleciam." pg 167
O autor traduziu tão bem esse momento, que teve a sensibilidade de usar do personagem para mostrar grandes obras primas. Imagine, um pequeno garoto que em momentos de caos, tem a delicadeza de ler. Sim! Seu melhor amigo: o livro!
"Alfie era o melhor leitor da turma - era o melhor da escola, na verdade. Ele adorava quando a sra. Jillson, a bibliotecária, lia alguma coisa em voz alta ou passava um livro pela turma para que todos fizessem o mesmo com uma ou duas páginas." pg. 49
"- Nove anos e já se dedica ao trabalho. É como nos tempos de Dickens. Você já leu Dickens?
-Não, senhor.
- Já leu alguma coisa?
- Sim, senhor.
- O quê?
- Robinson Crusoé." pg. 80
"Observou a paisagem durante um bom tempo, até o pescoço doer, e então se virou e reparou pela primeira vez na jovem que estava com ele no vagão. Estava sentada à sua frente, mas não tão perto da janela, e lia um livro chamado A natureza extraordinária da mente humana, escrito por um dr. F. R. Hutchison. Alfie não tinha certeza como pronunciar a terceira palavra..." pg. 105
"... outro homem lia um livro. Quando ele terminava uma página, arrancava a folha, amassava e jogava fora no chão, já havia dezenas espalhadas. Alfie estreitou os olhos para ver as palavras da capa. Madame Bovary." pg 119
"- Você pegou o presente? - ela perguntou, e seu pai fez que sim, apontando para a mesa, sobre a qual estava uma cópia de Grandes esperanças, de Charles Dickens. Era julho de 1922, quase quatro anos depois do fim da guerra e aniversário de treze anos de Alfie Summerfield." pg. 209
Até breve, com mais uma viagem incrível!
Esta leitura faz parte do Projeto O Mundo em Livros!
Realmente ceve ter sido duma bela viagem com esse livro! abraços, tudo de bom,chica
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